segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Benjamim Sodré - "O Velho Lobo"


Filho de Lauro de Almeida Sodré e que mais tarde se tornaria um personagem muito importante na História do Escotismo brasileiro. Curiosamente, Benjamim Sodré, que mais tarde seria conhecido pelos Escoteiros como "O Velho Lobo", teve em sua vida muitas passagens e características semelhantes a Baden-Powell.
Ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro e depois de terminar seus estudos secundários prestou concurso para admissão na Escola Naval sendo aprovado em primeiro lugar. Fez brilhante carreira na Marinha Brasileira, sobrevivendo ao naufrágio do rebocador Guarani, em 1913 e chefiando a Comissão Naval Brasileira durante a II Guerra Mundial. Tornou-se Almirante em 1954.
O Velho Lobo, assim como o fundador Baden-Powell tinha uma série de Talentos e Interesses diferentes. Foi professor de Astronomia, Navegação e História da Escola Naval, publicou diversos trabalhos, foi Maçom e sobretudo um excelente jogador de futebol, ponta esquerda do Time do América-RJ, do Botafogo e da Seleção Brasileira de Futebol entre 1910 e 1916, conhecido como "Mimi Sodré".
Desde que entrou em contato com o Movimento Escoteiro tornou-se um grande seguidor dos ideais de B-P, participando da fundação e organização dos Escoteiros do Mar, o primeiro Grupo Escoteiro de Belém, a Federação de Escoteiros paraenses, entre outros. Escreveu o “Guia do Escoteiro” de 1925, uma das mais importantes obras do Escotismo Brasileiro.
Os Escoteiros do Brasil nesse período eram divididos em diversas Federações e não constituíam uma unidade central, desta forma, O Velho Lobo teve papel fundamental na idealização e criação da União dos Escoteiros do Brasil, a UEB, reunindo as quatro primeiras federações (a Federação de Escoteiros Católicos do Brasil, Federação Brasileira de Escoteiros do Mar, Federação dos Escoteiros do Brasil e Federação Fluminense de Escoteiros).
Foi honrado com uma série de títulos, entre eles o de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro e outros Estados e medalhas de mérito, presidindo a ordem do tapir de Prata, a mais alta condecoração do Escotismo Brasileiro.
Faleceu em 1 de fevereiro de 1982, pouco mais de dois meses antes de completar 90 anos. Atualmente vários Grupos Escoteiros, ruas e espaços municipais levam o nome de Almirante Benjamim Sodré, em sua homenagem.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_de_Almeida_Sodr%C3%A9"

João Paulo II - O Papa Escoteiro


O grande Karol Woytila, João Paulo II foi um grande amigo do Movimento Escoteiro. Nunca faltou uma oportunidade de falar de sua apreciação pelo escotismo, dos seus valores expressados na Lei e na promessa e no seu método educacional. Soube e admirou as escritas do fundador do Escotismo, Robert Baden-Powell. João Paulo II freqüentemente cita o fundador em suas mensagens numerosas aos escoteiros em muitas culturas, sublinhando sempre a grande importância da dimensão espiritual do Escotismo. Convidou jovens e líderes a recordar este aspecto fundamental do Movimento Escoteiro. A "juventude é um tesouro. Eu penso no seu método, no seu programa educacional, e nos meios de um escoteiro estar perto da natureza, apreciar sua beleza, compreender sua criação, e respeitar a humanidade." Nós recordaremos sempre seu valor humano e espiritual, e seu grande esforço para o respeito e a dignidade de todos os povos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Caio Vianna Martins


Escoteiro Símbolo do Brasil

"O Escoteiro caminha com as próprias pernas"

Ao final do 1938 uma delegação do Grupo Escoteiro "Afonso Arinos", de Belo Horizonte, formada por 6 lobinhos, 12 escoteiros, 3 pioneiros e 2 chefes, embarcou no trem noturno em direção a São Paulo, numa excursão técnica-cultural que marcava o encerramento das atividades do ano. A composição estava formada por 11 carros. O carro do meio, 1a classe, era ocupado pelos escoteiros. A viagem transcorria normalmente. Às 2 horas e 5 minutos da madrugada do dia 19 de dezembro, descendo a Serra da Mantiqueira, entre as pequenas estações de Sítio e João Aires, o Noturno chocou-se com um cargueiro que subia. Com o choque muitos carros descarrilaram, outros engavetaram e alguns se desmontaram. O carro a frente do ocupado pelos escoteiros saltou dos trilhos e atravessou para a direita. Contra ele foi o carro dos escoteiros, engavetando-se e partindo, deitando-se contra um barranco e sendo comprimido pela pressão dos carros restaurante e leitos. Na noite escura os escoteiros foram reunidos pelos chefes em ponto da estrada. Percebeu-se a ausência do escoteiro Gérson Issa Satuf e do lobinho Hélio Marcos de Oliveira Santos. Na procura foram encontrados mortos. Com o desastre estabeleceu-se o pânico. Liderados pelos seus chefes - Clairmont Orlando Gomes e Rubens Amador, os escoteiros passaram a socorrer os feridos, confeccionando macas com lençóis e paus, e providenciando uma fogueira com tábuas retiradas dos vagões, facilitando o trabalho de resgate e socorro. As 7 horas da manhã chegou ajuda externa. Os passageiros feridos, inclusive os escoteiros, foram transportados para Barbacena. Vítima do choque, o escoteiro Caio Vianna Martins, de 15 anos, recebeu forte pancada na região lombar. Retirado do carro pelos companheiros apresentou grande melhora, parecendo resistir ao impacto. Quando o socorro chegou, e o quiseram colocar numa maca, Caio apontou para as vítimas que pareciam em estado mais grave dizendo: "Há muitos feridos. Um escoteiro caminha com as próprias pernas" E caminhou, para cair a uns cem passos adiante. Morreu horas mais tarde, em conseqüência do rompimento de vísceras e um grave derrame interno. O fato teria passado desapercebido, não fosse o testemunho de dois homens públicos - Alcides Lins e Otacilio Negrão de Lima, que impressionados com a ação dos escoteiros, no socorro aos feridos, e com o gesto de desprendimento de Caio Martins, levaram aos jornais o que tinham assistido. Elegia-se, assim, Caio Vianna Martins como o escoteiro símbolo do Brasil.